A Secretaria de Relações Internacionais do Distrito Federal pretende alavancar em 2024 acordos comerciais com as embaixadas para fortalecer a exportação de produtos nacionais e valorizar a capital do país como polo logístico.
Paco Britto informou que o governo deve lançar no primeiro trimestre do próximo ano um selo de qualidade para os produtos exportados e produzidos pelo setor industrial do DF. Também estão no radar da secretaria acordos comerciais com a região da África Ocidental.
A pasta foi recriada em janeiro deste ano pelo governador Ibaneis Rocha. Para Britto, a medida foi “de suma importância”. “O mundo está aqui [no DF]. É fundamental darmos assistência aos embaixadores e garantirmos um diálogo aberto com eles. A gente só perde em representação diplomática para Washington [capital dos Estados Unidos], por isso é tão importante termos esse trabalho”, afirma.
Segundo o secretário, o primeiro ano de trabalho da equipe foi dedicado a mapear o cenário, reconstruir pontes e estabelecer estratégias voltadas às relações internacionais. Ele detalha que, das quase 140 embaixadas com sede na capital do país, a pasta visitou 123 delas, apresentando-lhes relatórios, programas e oportunidades que podem ser articuladas entre o DF e as embaixadas.
“Esta é a nossa missão, levar o Distrito Federal para o mundo. Não esquecendo o lado cultural de cada país”, PACO BRITTO, SECRETÁRIO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Acordos comerciais
O secretário afirma que o objetivo é mostrar aos embaixadores as vantagens comerciais e de polo logístico que o DF possui. “Temos aqui segurança jurídica, um banco próprio, a Terracap [Companhia Imobiliária de Brasília] e indústrias. Ou seja, dá para investir em qualquer área que o país quiser”, diz.
No primeiro trimestre de 2024, a pasta vai lançar o Programa de Chancela e Qualidade, produzido em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio). A iniciativa se refere a um selo de garantia para os itens produzidos no setor industrial do DF.
A pasta também articula uma parceria com a África Ocidental, região mais próxima do Brasil geograficamente, para facilitar a entrada dos produtos brasilienses no continente. “Os países da África Ocidental têm um acordo de livre-comércio entre eles, ou seja, o produto entra pela África Ocidental, mas alcança as outras regiões, como a África do Sul”, declara.
Dos programas já em andamento, o secretário destaca o Embaixada de Portas Abertas, que leva os alunos para conhecer as embaixadas e também os representantes dos países para visitar as escolas brasilienses; e o Alameda das Nações, que separa um espaço no Jardim Botânico de Brasília para as embaixadas representarem seus países.
Conselho de Segurança Diplomática
A pasta pretende criar um Conselho de Segurança Diplomática. A meta é que diplomatas se reúnam periodicamente com a Secretaria de Segurança do DF para apresentar as demandas dos embaixadores. “Juntamente com esse plano de conselho, retomamos o Boina Azul, da ONU, que mostra ao diplomata que aquele policial é diplomático e está capacitado para atender às demandas que eles têm”, finaliza.