As raízes da crise entre executivo e legislativo
A crise entre o governo e o Congresso continua a se desdobrar, com declarações controversas e ações que refletem a tensão entre os poderes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, rebateu as críticas do ministro da Fazenda, destacando que as demandas por alinhamento integral ao pensamento do Executivo são injustas e desnecessárias. Essa troca de farpas ocorreu após o ministro Fernando Haddad também pressionar o Legislativo a adotar uma postura mais firme em relação à responsabilidade fiscal.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Haddad criticou diversas iniciativas do Congresso, incluindo a desoneração da folha de pagamento e a ampliação de incentivos a empresas do setor de eventos no programa Perse. Por sua vez, Pacheco defendeu a atuação do Congresso, ressaltando a aprovação de projetos que contribuíram para o controle de gastos e para uma arrecadação recorde do governo.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também enfatizou a importância do diálogo entre os Poderes e a responsabilidade fiscal como dever de todos, em um evento realizado em São Paulo. Enquanto isso, o embate jurídico sobre a desoneração da folha de pagamento continua, com Pacheco anunciando que irá recorrer da decisão do ministro do STF, Cristiano Zanin, de suspender a medida. Essa decisão é vista como potencialmente prejudicial para milhares de trabalhadores, segundo representantes de setores afetados.
A suspensão da desoneração também é criticada pela União Geral dos Trabalhadores, que alerta para o risco iminente de demissão de quase um milhão de trabalhadores em 17 setores nos próximos dias. O Ministério da Fazenda, por sua vez, defende a medida, argumentando que a atual desoneração vai contra o interesse público, citando o alto custo fiscal envolvido. A tensão entre o governo, o Congresso e setores afetados pela decisão judicial promete continuar a gerar debates acalorados nos próximos dias.