No segundo dia da viagem

No segundo dia da viagem, continuamos explorando Cape Town e suas redondezas. A cidade impressiona por sua modernidade, organização e infraestrutura bem desenvolvida, destacando-se do restante do continente africano. Aqui, tudo funciona bem, e a sensação é de estar em uma cidade de primeiro mundo. No entanto, ao se afastar do centro e explorar as cercanias, ainda é possível ver muitos traços de terceiro mundo, especialmente em relação às condições de moradia e desigualdade social.

Começamos o dia visitando o Parque Nacional, onde tivemos a oportunidade de observar diversos animais locais, incluindo pinguins e até alguns antílopes.

Depois, seguimos pela deslumbrante Chapman’s Peak Drive, uma estrada cênica à beira do Oceano Atlântico, famosa por suas curvas sinuosas e paisagens espetaculares. Além de ser uma das rotas mais bonitas da África do Sul, essa estrada serviu como cenário para o filme Missão Impossível.

Outro momento marcante do dia foi a visita ao Cabo da Boa Esperança, ponto emblemático onde os oceanos Atlântico e Índico se encontram. Antigamente chamado de Cabo das Tormentas, esse local desafiava navegadores devido às difíceis condições de navegação. Vale lembrar que Vasco da Gama foi o primeiro a completar a rota até as Índias, estabelecendo um importante caminho comercial entre a Europa e o Oriente, com grande influência também no Brasil.

Durante o passeio, também avistamos à distância a Robben Island, a ilha onde Nelson Mandela ficou aprisionado por 19 anos antes de ser transferido para outro local, onde passou mais 10 anos encarcerado. Foi emocionante ver de longe um lugar tão carregado de história e significado para a luta contra o apartheid.

Além das paisagens e pontos históricos, foi muito significativo conhecer os bairros da cidade. Antes da abolição do apartheid, havia uma divisão muito rígida: alguns bairros eram exclusivamente para negros, outros para mestiços e outros apenas para brancos. Hoje, embora o regime oficialmente tenha acabado, a crise de moradia ainda é um grande problema na África do Sul. A maior parte das propriedades continua nas mãos da população branca, enquanto a comunidade negra enfrenta dificuldades para ter acesso à moradia digna.

Após esse intenso dia de descobertas, retornamos ao Waterfront, o porto de Cape Town, uma região vibrante repleta de restaurantes e atrações. Tivemos a oportunidade de experimentar guinu, uma carne de caça exótica para nós brasileiros.

Finalizamos o dia em um hotel com uma vista panorâmica deslumbrante, onde, do rooftop, apreciamos um pôr do sol inesquecível. Lá, também assistimos a apresentações de danças e músicas típicas da cultura local, encerrando o dia com uma imersão completa na energia e tradição sul-africana.

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