Assessora do distrital Fábio Felix é presa na noite desta segunda-feira (03/6)

Maria José Costa Almeida era indicada do deputado Fábio Felix e estava lotada, até esta terça-feira (4/6), na Liderança do Bloco PSol/PSB

A secretária parlamentar que trabalhava com o deputado distrital Fábio Felix (PSol), Maria José Costa Almeida, foi presa nessa segunda-feira (3/6). Ela estava lotada na Liderança do Bloco PSol/PSB, por indicação de Felix. Antes, Maria José atuava no gabinete do parlamentar.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu o mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais (VEP), referente à condenação de Maria José por extorsão e ameaça, registradas em 2013 e 2014.

A sentença que condenou Maria José à pena de 4 anos, 9 meses e 6 dias já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso. Após a prisão, Maria José foi exonerada, nesta terça-feira (4/6).

Liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Maria José foi condenada por exigir R$ 50 de beneficiários de programa social do Governo do Distrito Federal (GDF).

A denúncia contra Maria José cita, ainda, ameaça a uma moradora de Planaltina que se opôs à gestão dela como líder do movimento. De acordo com a acusação, Maria José se reuniu com familiares para expulsar a mulher, munidos de facas, peixeiras, pedras e paus.

Maria José também foi condenada por ameaçar outras três pessoas para força-las a sair acampamento localizado em Planaltina.

O outro lado

O deputado distrital Fábio Felix disse à coluna que a condenação não tem relação com o mandato. “Espero que a Justiça seja feita pela liderança tão respeitada que ela é. Mas o que está nos autos não tem nenhuma relação com o mandato. O processo é de 2013”, afirmou.

Em nota, a assessoria do PSol “informa que a servidora foi contratada pelo Bloco pela reconhecida e respeitada luta em defesa do direito à moradia no DF”.

“Informa também que assim que a condenação foi comunicada à Câmara Legislativa, a servidora foi exonerada conforme norma do serviço público e em respeito à decisão da justiça. Importante ficar claro que o processo que resultou na condenação teve início no ano de 2013, sem qualquer relação com as atividades parlamentares dos deputados do PSOL, que elegeu seu primeiro deputado distrital somente em 2018”, disse o partido.

Alguns grupos saíram em defesa de Maria José, conhecida como Zezé. “Recebemos com indignação a notícia da prisão da companheira Zezé, uma liderança legítima e combativa dos movimentos de luta por moraria, reconhecida por todos os movimentos sociais do DF”, diz trecho da nota assinada pelo PSol-DF, PT-DF, PSB-DF, Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB Honestino Guimarães, entre outros.

Confira na íntegra:

Lutar não é crime! Repúdio à prisão de Zezé, do MTST de Planaltina

Recebemos com indignação a notícia da prisão da companheira Zezé, uma liderança legítima e combativa dos movimentos de luta por moraria, reconhecida por todos os movimentos sociais do DF.

A acusação se sustentou apenas em provas testemunhais, que não correspondem à verdade, e é mais um exemplo de criminalização de movimentos sociais, o que é histórico no Brasil. Não podemos aceitar que, em nome da justa luta pelo direito a uma casa para morar, mais uma mulher negra faça parte das estatísticas de encarceramento do Brasil.

Lutaremos até o fim para que a justiça reconheça a inocência de Zezé e lhe garanta a liberdade.

Assinam:
PSOL-DF
PT-DF
PSB-DF
UP – Unidade Popular pelo Socialismo
União Nacional de Moradia Popular
CUT-DF
Coletivo Yaa Asantewaa
MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
DCE UnB Honestino Guimarães
Coletivo Juntos!
MST- DF
Frente Distrital pelo desencarceramento
Grupo Psicologia e Ladinidades/UnB
Grupo Saúde Mental e Militância no DF/UnB
Fogo no Pavio
Brigadas Populares DF

A coluna tenta contato com a defesa de Maria José. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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