Da redação
Secretário de Relações Internacionais ressalta risco à segurança e à imagem do Brasil no cenário global

A proposta do governo federal de alterar os critérios de reajuste do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), reduzindo os recursos destinados a segurança, saúde e infraestrutura de Brasília, levanta preocupações que vão além do impacto local. Com 170 representações diplomáticas e mais de 1.500 diplomatas residentes, a capital do Brasil é uma vitrine global.
Criado em 2003, o FCDF financia serviços públicos essenciais para a cidade, que não apenas atende aos moradores locais, mas também oferece suporte às operações de embaixadas e organismos internacionais. A proposta de substituir o índice de reajuste pela Receita Corrente Líquida (RCL) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) pode levar a uma redução significativa no orçamento, colocando em risco a qualidade dos serviços essenciais.
A segurança pública, um dos pilares do fundo, é crítica para as representações internacionais. Qualquer enfraquecimento na proteção diplomática e no policiamento pode comprometer a confiança dos países em manter suas delegações na cidade. Além disso, cortes na saúde e na infraestrutura urbana impactariam diretamente a qualidade de vida dos diplomatas e de suas famílias, colocando em xeque a atratividade da cidade como sede diplomática.
A medida, que retoma debates encerrados em 2023, foi classificada como “afronta” por especialistas, como o ex-presidente José Sarney, que defendeu o fundo como “causa nacional”. A perda de serviços públicos em Brasília pode refletir uma mensagem negativa sobre o compromisso do Brasil com suas responsabilidades internacionais, afetando também o comércio e a cooperação global.
Proteger Brasília vai além de interesses administrativos; é uma questão estratégica para a estabilidade e a influência do Brasil no cenário internacional.