Essa é a terceira ação só este ano na cidade. O objetivo é combater possíveis criadouros do mosquito da dengue na região administrativa
A região de Taguatinga voltou a ser alvo da operação DF Livre de Carcaças. Desta vez, a força-tarefa do Governo do Distrito Federal (GDF), que está pela terceira vez na cidade, atuou para retirar as peças de veículos abandonadas no Setor H Norte e evitar que se tornem criadouros para o mosquito Aedes aegypti. Também foram removidos pedaços de construções, pneus, entulhos e lixos acumulados às margens da BR-070. A ação integra as medidas de enfrentamento à dengue na capital federal.
Desde janeiro, a operação segue na região administrativa, onde já retirou 172 carcaças. Coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP), a ação conta com o envolvimento de diversos órgãos. Participam Polícia Militar (PMDF), Departamento de Trânsito (Detran-DF), Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e administrações regionais.“Estamos mobilizando todo o governo. O nosso combate é generalizado, com os nossos administradores e as nossas secretarias. Temos certeza de que vamos vencer isso unidos”, afirmou a vice-governadora Celina Leão. “Acho que a gente pode deixar um legado de que as nossas cidades fiquem limpas, com descartes regularizados. Onde está faltando papa-entulho nós vamos colocar e onde precisar de mais coleta, vamos ampliar. Isso dialogando com a população, mas tomando medidas também”, completou.
Só em Taguatinga são 40 pontos mapeados, com atuação prevista para toda a semana. “Neste momento em que o DF enfrenta a dengue precisamos que a operação iniciasse um pouco mais cedo e fosse um pouco mais contundente, justamente para recolher da rua a possibilidade de que esses criadouros estejam espalhados por aí e tenhamos mais casos”, definiu o subsecretário de Integração de Políticas em Segurança Pública da SSP, Jasiel Fernandes.
“O Estado está aqui para ajudar, mas a população também precisa fazer a sua parte. Cada um tem que fiscalizar e conscientizar os vizinhos. Porque o Estado sozinho não consegue debelar a dengue”Alexandre Patury, secretário-executivo de Segurança Pública
MonitoramentoO administrador regional de Taguatinga, Renato Andrade, disse que a preocupação em torno da região se dá devido ao elevado número de casos de dengue. Por isso, os espaços têm sido monitorados para serem limpos e cercados. “Nós temos uma equipe de rua que vai de loja em loja, de comércio em comércio, fazendo com que a população entenda que precisa ajudar, porque o grande foco de dengue está dentro das residências ou no descarte irregular de lixo. A população se torna parceira essencial para que esse mal seja vencido o mais rapidamente possível”, explicou.Morador da região, o cabeleireiro Francisco Tavares, 42 anos, revelou que anda preocupado mesmo com os locais de descarte irregular na cidade. Há um lixão em frente ao prédio em que ele mora. “Essa ação é muito boa porque estamos sofrendo muito a consequência dos mosquitos. A sujeira aqui é limpa toda semana. A gente vê a administração limpando aqui, mas no outro dia ou dois dias depois está totalmente entulhado novamente”, contou.
Todos os pontos de depósito irregular de entulho estão sujeitos a multa a partir de R$ 27 mil. “Estamos integrando o esforço para combater a propagação da dengue, seja por meio da limpeza compulsória dos imóveis, com base na ordem judicial e na legislação vigente, seja com a apreensão dos veículos”, explicou o secretário de Proteção de da Ordem Urbanística, Cristiano Mangueira.Paralelamente, nesta segunda-feira, os agentes da DF Legal ainda estão em quatro cidades. Além de Taguatinga, a fiscalização se estende para Vicente Pires, Ceilândia e Samambaia. “Queremos coibir o acúmulo de água naquelas construções, sobretudo com a furação das lajes, a fim de não ser um vetor de propagação”, revelou o secretário Cristiano Mangueira.
Nos últimos dias, o GDF conseguiu autorização na Justiça para o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares. A entrada pode ser feita em imóveis abandonados, ausentes ou naqueles que os ocupantes recusarem acesso para a visita de inspeção. Outra medida foi a publicação de uma portaria que permite que as administrações regionais emitam termos de constatação de irregularidade para serem enviados à DF Legal, que pode fazer a conversão em autos de infração e demais penalidades.
Operação
Em 2023 foram realizadas 104 ações da DF Livre de Carcaças, que resultaram na retirada de 1.132 veículos abandonados nas ruas do DF – 337,06% a mais do que em 2022. Em 2021 foram 306 e em 2020 foram recolhidas 448 carcaças. Ao todo, desde o início do programa da SSP-DF, foram recolhidas mais de 2,2 mil carcaças em Brasília.
“O Estado está aqui para ajudar, mas a população também precisa fazer a sua parte. Cada um tem que fiscalizar e conscientizar os vizinhos. Porque o Estado sozinho não consegue debelar a dengue”, destacou o secretário-executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury.
As denúncias podem ser feitas pelo 199, pelos Conselhos de Segurança e pelas próprias administrações regionais. Além disso, as denúncias podem ser enviadas por e-mail para o endereço dflivredecarcacas@ssp.df.gov.br.