Covid longa afeta 77% dos infectados pelo coronavírus, diz estudo

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Pesquisa de cientistas brasileiros analisou relatos de 1.001 pacientes; Covid longa é caracterizada por duração de sintomas ao longo de três meses ou mais

Três em cada quatro pessoas contaminadas pelo coronavírus desenvolve a chamada Covid longa, quando os sintomas duram três meses ou mais. A conclusão é de uma pesquisa brasileira publicada nesta segunda-feira, 4, na revista científica Cadernos de Saúde Pública.

O estudo foi realizado por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Foram avaliados relatos de 1.001 pacientes, no Rio Grande do Sul, que receberam em algum momento o diagnóstico de Covid-19. Os dados foram colhidos em 2022.

Entre os participantes da pesquisa, 775 pessoas, ou 77,4%, permaneceram apresentando sintomas da doença por pelo menos três meses. O tempo começa a ser contado após exames deixarem de detectar a presença do coronavírus no corpo do paciente.

O sintoma mais comum da Covid longa foi fadiga, apresentado por 56,8% dos pacientes. Problemas neurológicos, como dificuldade de concentração e pensamento “aéreo”, foram relatados por 43,9% dos participantes. Dores de cabeça foram mencionadas por 42,1% das pessoas, tosse por 40,1%, queda de cabelo por 33,5% e perda de olfato e paladar por 30,2%.

A chance de desenvolver Covid longa, segundo o estudo, é ligada à vacinação. Pacientes que tomaram duas, uma ou nenhuma dose do imunizante apresentaram 23% mais chances de apresentar a forma duradoura da doença que aqueles com ciclo vacinal completo.

A hospitalização durante a fase aguda da doença também é diretamente relacionada à Covid longa, de acordo com o resultado da pesquisa. Os participantes que chegaram a ser internados devido à gravidade da infecção apresentaram os sintomas duradouros com frequência 24% superior à média.

Por fim, a saúde do paciente antes da contaminação também é fator determinante. Pelos dados do artigo, doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, aumentam o risco de Covid longa em 13%.

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